segunda-feira, 9 de março de 2015

Apaguem as luzes. E vem sentir muito prazer!

Olá queridos, tudo bem? Hoje, resolvi escrever e desabafar um pouco. Tirar de mim, todo esse enojamento que a cada dia venho acumulando desse nosso meio gay e atrevo- me a dizer de alguns gays. Desde quando me assumi, tinha total noção das dificuldades que enfrentaria, por ser um gay e me aceitar assim. Porém, agradeço imensamente à meus pais, por terem me dado toda a educação necessária, para me tornar uma pessoa livre de preconceitos e firme nos conceitos que tenho. Tive dois relacionamentos que me fizeram amadurecer em aspectos importantes: O primeiro, me fez indiretamente, tomar uma decisão importante e sair da zona de conforto que me encontrava. Confesso a vocês, que pensei, refleti e muito sobre o assunto. Estava dividido entre os que me queriam bem e quem eu "amava". Lembro, que Deus colocou "anjos" em minha vida, na hora certa. Nunca, um pink coloriu tão bem a minha vida e assim, me abri, me despi e me fortaleci. Enfrentei a opinião dos meus pais, o choque de gerações e provei, como faço até hoje, que o fato de abrir a minha intimidade, não implica na mudança da minha personalidade, até porque, já estava no alto de meus 23 anos, formado e começando no meio profissional. Minha segunda relação, aprendi a me amar antes de qualquer pessoa. Gostei muito dele, mas sofri com as inúmeras mentiras e sua total falta de respeito. Mas não me faço de vítima, pelo contrário, quero me fortalecer a cada tropeço e seguir com a minha cabeça erguida. Porém, a realidade é muito cruel. Cruel com quem permite se deixar levar pela beleza, pelo poder, pelo sexo fácil. Criei esse espaço, há alguns anos, e nunca me despi da forma que o faço nesse momento. Permito- me estar não só nos lugares que me fazem bem, mas nos lugares que é preciso estar e me deparo com a fragilidade e da futilidade de alguns e muitos gays, da necessidade de estar inserido em um mundo totalmente falso. Em busca de quê? Todos belos, donos de uma plástica ditadora, que determina o seu sucesso ou seu fracasso na noite. Antes você paquerava, trocava olhares, puxava um papo e então rolava um beijo. Hoje, olhou por mais de três segundos, os beijos se tornam uma ponte curta para as rápidas preliminares e um casual ato sexual, feito ali mesmo, no canto da boate, na cabine do banheiro da balada...
Ato consumado, desejo saciado, voltemos para o campo de batalha. Se você estiver acompanhado, se convença que dividir seu companheiro com um compulsivo sexual, está se tornando algo totalmente normal e no primeiro descuido, o seu se torna de todos. Na rua, os aplicativos que fazem você se tornar produto em liquidação e leva quem tem o local, a idade, o dote, a "cam"... mas se você tiver apenas sua amizade e experiência, desiste, você vai ficar "na pista". Recorremos às tombadas salas de bate- papo, onde é mais fácil encontrar uma agulha no palheiro, a alguém que no mínimo você consiga beijar. Sinceramente, desista de encontrar o seu príncipe encantado. Se o entregador de pizza leva quase uma hora pra fazer a entrega, acha mesmo que aquele é o lugar ideal? E as saunas? Os quartos escuros são as únicas opções para que sua ida não passe de uma frustrada tentativa de se aliviar, mas a perfeita opção de se auto destruir. Ou seja, ser gay, hoje, deixou de ser simplesmente um desafio para conquistar o desejo, o respeito da sociedade e viver sua vida da forma comum. Ser gay é mostrar que você pode viver independente, pegar quantos você quiser, viver na promiscuidade, ou pelo menos tentar, marcar em suas roupas, as maiores e melhores grifes mundiais e ostentar. Sim, porque uma bicha de verdade, ostenta: A namoradinha de fachada, o desejo reprimido, a inversão de valores.
Minha opinião pode gerar muitos questionamentos e os entendo. Aliás, logo eu, que me despi e assim ostento a minha safadeza, e não a nego, estou aqui julgando quem o faz... Talvez seja o retrato de uma fase nova, vá saber? Mas que possamos refletir mais sobre nossos passos, nossas decisões, pois sei que não prejudico ninguém, pelo menos diretamente, não aponto o dedo para menosprezar, pra ridicularizar, pra classificar. Só quem passa por isso, entende!



Um comentário:

  1. Bom dia
    Mesmo que tardiamente, faço questão de comentar e lhe parabenizar pelo excelente texto.
    Suas percepções e principalmente lucidez são raras e incríveis.

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